A adolescência é uma época de construção social, onde há todos os conflitos de uma transição de criança para adulto e, dentro disso, o desenvolvimento de um sujeito inquietante, instigante, cheio de dúvidas e na busca de um propósito. No meio de todos estes afetos, ainda há a pressão da sociedade, do ambiente, da família, do discurso extremamente consumista e individualista, além de toda a nova estrutura comunicacional (redes sociais, interação automática, velocidade de resposta) que faz com que as ansiedades fujam do controle na maioria das vezes.
Do lado dos pais, a cobrança, a culpa, o medo, a incerteza de estarem sendo efetivos na criação ou não. A mudança do posicionamento no imaginário (aqueles que eram onipotentes agora precisam ser humanizados para se identificar com as vontades próprias, as exigências e, principalmente, como agir com seus filhos agora buscando seus próprios desejos, não aceitando mais o reflexo dos desejos dos pais).
Criar um novo referencial é parte do acompanhamento. Muitos pais preferem procurar terapia porque acreditam que o “problema” está com os filhos quando, na verdade, pode ser uma situação de comunicação ou de visão. Cada situação exige uma ação e essa mudança de olhar faz toda a diferença, mas todos devem participar do processo de tempos em tempos.
O atendimento com adolescentes abaixo de 18 anos são feitos com o consentimento dos pais através de entrevistas preliminares. Utilizo elementos de cultura pop, música, filmes, artes e games para uma melhor identificação através da metalinguagem e da projeção. Esses diferenciais criam um vínculo mais profundo e direto com a linguagem.